O melhoramento genético tem permitido a seleção de raças com características vantajosas, possibilitando sua adaptação a diferentes regiões do país
O Brasil é líder mundial em rebanho de bovinos de corte, e a pecuária ocupa um papel central no agronegócio brasileiro. Para o produtor que deseja maximizar sua produção, é essencial conhecer as principais raças de gado de corte e suas características. Essa escolha pode impactar diretamente os resultados, permitindo a seleção da raça mais adequada ao sistema de produção da fazenda.
Ao longo dos anos, o melhoramento genético tem permitido a seleção de raças com características vantajosas, possibilitando sua adaptação a diferentes regiões do país, com suas variações de clima, relevo e métodos de produção. Mas qual raça escolher?
A escolha da raça ideal para a fazenda depende de diversos fatores, como a adaptação ao clima local e o tipo de sistema de produção adotado. Por exemplo, para quem aposta na engorda a pasto, raças zebuínas costumam ser mais eficientes, por se adaptarem melhor a altas temperaturas e condições de umidade, além de serem mais resistentes a parasitas.
Já no confinamento, o produtor deve avaliar qual raça oferece o melhor retorno econômico. Raças zebuínas, embora bem adaptadas ao clima, tendem a ganhar peso mais lentamente que as taurinas. No entanto, as raças taurinas são mais sensíveis ao calor e a parasitas, o que pode elevar os custos de produção. Assim, é importante considerar o clima e o manejo da propriedade ao escolher a raça.
Conheça as principais raças de gado de corte no Brasil:
1 – Nelore
De origem indiana, é a raça predominante no Brasil, responsável por cerca de 80% da carne produzida no país. Adaptada ao clima quente, é muito utilizada em rebanhos comerciais e cruzamentos industriais, devido à sua fertilidade e habilidade materna. Sua carne apresenta baixo teor de gordura.
2 – Angus
Uma raça europeia famosa pela qualidade da carne, com bom marmoreio e cobertura de gordura uniforme, o que garante maciez e sabor. Adaptada ao Brasil, destaca-se pela precocidade e fertilidade, alcançando a puberdade e a fase de abate mais cedo que outras raças.
3 – Brahman
Originário dos Estados Unidos, o Brahman resulta do cruzamento de várias raças zebuínas. Adaptado ao clima brasileiro, é resistente a parasitas e tem bom desempenho reprodutivo, além de facilidade no parto.
4 – Brangus
Resultado do cruzamento entre Angus e Brahman, o Brangus combina precocidade sexual, boa habilidade materna e excelente qualidade de carcaça, com carne de alto marmoreio. Seu ganho de peso é elevado, sendo uma das raças mais utilizadas em confinamento.
Apesar dessas vantagens, a produção de leite do Gir é mais baixa em comparação às raças europeias, e a persistência da lactação também é menor. Além disso, algumas vacas necessitam do bezerro ao pé durante a ordenha, o que pode dificultar o manejo.
5 – Senepol
Raça africana introduzida no Brasil nos anos 2000, o Senepol se destaca pelo rápido crescimento, excelente conversão alimentar e ciclo de engorda curto. Adaptado ao calor e resistente a parasitas, é muito produtivo em regiões quentes e úmidas.
6 – Hereford
Originária da Inglaterra, essa raça apresenta alta capacidade de engorda e acabamento de carcaça, com bom marmoreio e deposição de gordura. São animais grandes, longevos e adaptados a diferentes sistemas de produção.
Como garantir a lucratividade na pecuária
Para que a pecuária seja rentável, não basta escolher a raça certa. É fundamental gerir a fazenda como uma empresa, com planejamento, organização e controle. Cuidados com manejo nutricional e sanitário, infraestrutura, melhoramento genético e gestão eficiente são peças-chave para otimizar os resultados e aumentar a lucratividade.
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Autor:
Eduarda Viana
Zootecnista
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