Evitar o LINA é essencial para garantir a eficiência produtiva e reduzir perdas econômicas na atividade leiteira
A qualidade do leite e sua estabilidade térmica são aspectos fundamentais para garantir que ele possa ser processado adequadamente e chegue ao consumidor em condições ideais. Para avaliar essa estabilidade, a indústria utiliza o teste do álcool, também conhecido como teste do alizarol, realizado pelos transportadores de leite durante a coleta nas fazendas. Esse teste mede duas características essenciais: a acidez e a estabilidade térmica do leite.
Quando o leite apresenta instabilidade sem um aumento significativo da acidez, ele é classificado como LINA (Leite Instável Não Ácido). Esse fenômeno pode resultar em perdas para o produtor, pois o leite pode ser rejeitado na coleta, impactando diretamente sua rentabilidade e comprometendo o fornecimento para a indústria.
Como funciona o teste do álcool?
O leite é uma mistura complexa que inclui glóbulos de gordura, caseínas, minerais, vitaminas e lactose, todos interagindo de forma equilibrada. A estabilidade das caseínas é essencial para o processamento industrial do leite. Quando o álcool é adicionado, ele desidrata as micelas de caseína, reduzindo suas cargas negativas. Caso a aproximação entre as caseínas seja excessiva, ocorre a formação de coágulos, indicando instabilidade. Isso demonstra a importância do teste, pois um leite instável pode comprometer o aquecimento e a produção de derivados lácteos.
Principais prejuízos do LINA
A rejeição do leite pelo teste do álcool representa prejuízos diretos para o produtor, que não recebe pagamento pelo volume descartado. Para a indústria, o recebimento de leite instável pode comprometer a eficiência produtiva, afetando a fabricação de derivados e a qualidade do produto final. Por isso, a prevenção do LINA é essencial para manter a cadeia produtiva eficiente e lucrativa.
Causas do LINA
As causas do LINA ainda não são totalmente compreendidas, mas vários fatores podem reduzir a estabilidade do leite:
- Deficiências nutricionais e alterações abruptas na dieta podem comprometer o equilíbrio mineral e proteico do leite;
- Distúrbios metabólicos, como acidose e cetose, afetam a produção e estabilidade do leite;
- Estágio de lactação, sendo que o início e o final da lactação apresentam maior risco de instabilidade;
- Estresse térmico, que aumenta os níveis de cortisol, prejudicando a composição do leite.
Como prevenir o LINA?
A prevenção do LINA envolve um manejo adequado dos animais para garantir um leite estável e de qualidade. Algumas estratégias incluem:
- Nutrição balanceada: fornecer uma dieta adequada, rica em energia, proteína e minerais essenciais;
- Prevenção de distúrbios metabólicos: monitorar e controlar acidose, cetose e outras condições que afetam a estabilidade do leite;
- Conforto animal: minimizar o estresse térmico, oferecendo sombra, ventilação e acesso à água de qualidade;
- Monitoramento constante: acompanhar a estabilidade do leite com testes frequentes e ajustes no manejo conforme necessário.
Evitar o LINA é essencial para garantir a eficiência produtiva e reduzir perdas econômicas na atividade leiteira. Um bom manejo nutricional, controle de distúrbios metabólicos e condições ideais de conforto para o rebanho são fundamentais para manter a qualidade do leite e evitar problemas com a sua estabilidade. Investir nesses cuidados é garantir uma produção sustentável e rentável para toda a cadeia leiteira.
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Autor:
Eduarda Viana
Zootecnista
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