Conheça as etapas da produção de silagem com qualidade, que ajuda a reduzir os custos com a alimentação e maximiza o lucro do produtor
A produção de silagem com qualidade é vista por alguns produtores como um desafio, pois envolve o cumprimento de etapas importantes que não podem ser negligenciadas.
A silagem é um dos volumosos mais utilizados na alimentação animal, especialmente na pecuária leiteira, pois é uma atividade altamente dependente da disponibilidade de forragem em quantidade e qualidade durante o ano todo. Por este motivo, a produção de silagem com menor custo é primordial, e o produtor deve investir em lavouras de alta produtividade.
A ensilagem é a forma mais comum para a conservação de forragens, e representa a principal fonte de volumoso para os animais, sendo as silagens de milho e sorgo as mais utilizadas.
A facilidade de cultivo, o grande número de cultivares disponíveis, o alto teor de energia, a alta produção de matéria seca por área e a boa aceitabilidade pelos animais são alguns dos fatores que justificam a escolha do milho e do sorgo para a produção de silagem.
O fornecimento de silagem com qualidade e alto valor nutritivo reduz a necessidade do uso de concentrado, reduzindo também o custo com a alimentação.
Etapas da produção de silagem
As etapas se dividem em planejamento, implantação da lavoura, colheita, armazenamento e desensilagem.
Planejamento:
No planejamento do plantio é feito a escolha das variedades que serão utilizadas e deve-se calcular qual a quantidade de silagem necessária a ser produzida, considerando o número de animais que irão consumir o volumoso, a quantidade média que cada um irá consumir, o número de dias que receberão a silagem e as perdas que ocorrem durante o processo.
Calcula-se também a necessidade de insumos, mão de obra e maquinário que serão necessários.
Implantação da lavoura:
Nesta fase é importante fazer corretamente o preparo do solo, atender a demanda nutricional da planta e fazer o manejo cultural, controlando pragas, doenças e plantas daninhas, que podem afetar a produtividade da lavoura.
Colheita:
A colheita no momento certo é um ponto-chave para a qualidade da silagem. O ponto ideal de colheita é quando a planta possui 30 a 35% de matéria seca ou 65 a 70% de umidade. Forragens colhidas com baixo teor matéria seca (ou alta umidade) têm maiores perdas por efluentes e fermentações indesejáveis, que comprometem a qualidade da silagem. Por outro lado, forragens colhidas com alto teor de matéria seca (ou baixa umidade) apresentam maior dificuldade na hora de picar e compactar dentro do silo, favorecendo a presença de oxigênio e maior chance de seleção pelos animais.
Um outro ponto a ser observado no momento da colheita é o tamanho de partícula da forrageira picada, que deve ser de 8 a 15 mm. Partículas maiores dificultam a compactação dentro do silo e favorece uma menor quebra dos grãos, diminuindo seu aproveitamento pelos animais.
A duração aproximada do estádio ideal de colheita do milho é de dez dias. Se houver atrasos superiores a esse período na colheita por problemas de chuva, quebra ou falta de maquinário e mão de obra, a qualidade pode ficar comprometida.
Armazenamento:
Ao chegar ao silo, a forragem picada deve ser compactada para retirar o máximo de ar de dentro dela. Isso é fundamental para produção de uma silagem com qualidade.
Quanto maior a quantidade de oxigênio, maior a perda de carboidratos solúveis e maior será a temperatura dentro da massa ensilada. Por isso a compactação deve ser bem feita.
Após o enchimento e compactação, o silo deve ser vedado com lona plástica de alta resistência, com no mínimo 200 micras de espessura. É comum ver a utilização da lona dupla face, onde a face branca fica voltada para fora, protegendo a silagem do excesso de calor. Sobre a lona devem ser colocados pesos para eliminar o excesso de ar entre ela e a silagem. Pode-se usar pneus, sacos de areia, brita…
Desensilagem:
Após o fechamento do silo é recomendável esperar no mínimo 30 dias para utilizar a silagem. Ao abrir o silo o material passa a ter contato com o oxigênio, e começa a proliferação de microrganismos, o que causa perdas. Quanto menos tempo essa massa ensilada ficar exposta, melhor a sua conservação. Para isso, a retirada da silagem deve ser plana e perpendicular ao solo e laterais, e o silo deve ser coberto novamente.
Se houver alguma parte da silagem que esteja deteriorada, ela deve ser descartada, pois pode conter toxinas que prejudicam o desempenho e a saúde dos animais.
Em resumo, para produzir uma silagem com qualidade são necessárias práticas de manejo que devem ser feitas de forma integrada, pois cada etapa da produção de silagem é importante e a falha em uma delas pode prejudicar toda a operação.
Bibliografia consultada:
-Rehagro blog: Produção de silagem de milho cm qualidade – você sabe como fazer? Disponível em https://rehagro.com.br/blog/producao-de-silagem-de-milho-com-qualidade-voce-sabe-como-fazer/#:~:text=A%20produ%C3%A7%C3%A3o%20de%20uma%20silagem%20de
%20milho%20de%20boa%20qualidade,Desensilagem%20e%20fornecimento.
-Embrapa Gado de Leite – Cursos EAD – Curso: Silagens de milho e sorgo para rebanhos leiteiros. Disponível em https://www.embrapa.br/gado-de-leite/cursos/silagem-de-milho-e-sorgo
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Autora:
Eduarda Pereira Viana
Zootecnista pela Universidade Federal de Viçosa com grande experiência em qualidade do leite, tendo atuado por mais de 9 anos junto aos produtores de variadas regiões do país.
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