Saiba o que é a terapia de vaca seca e como ela atua prevenindo os casos de mastite que podem ocorrer durante o período seco
Para que a produção de leite na lactação seguinte seja otimizada e o colostro tenha qualidade satisfatória, é necessário que a glândula mamária passe por um período seco, com duração de 45 a 60 dias antes do parto. O período seco é uma fase crítica para a saúde da glândula mamária, pois podem ocorrem novas infecções que irão se manifestar após o parto, causando mastite e reduzindo a produção de leite. Para evitar que isso aconteça, é recomendado utilizar a terapia de vaca seca, que é a principal estratégia de controle de mastite no período seco.
A glândula mamária passa por três fases distintas durante o período seco: a involução ativa, involução completa e lactogênese ou colostrogênese. Na involução ativa, que se inicia assim que a vaca deixa de ser ordenhada, ocorre um aumento de imunoglobulinas e de lactoferrina, que são mecanismos de defesa do organismo contra infecções, já que a produção de leite ainda continua por 2 ou 3 dias e se acumula no úbere, causando aumento da pressão intramamária. Também ocorre a formação do tampão de queratina nos tetos, que atua como uma barreira física contra a entrada de patógenos, entre 1 e 2 semanas após a secagem.
Após essa fase, ocorre a involução completa, e não há mais nenhuma secreção dentro do úbere. Ao mesmo tempo, o tampão de queratina já está formado, e esta é considerada a fase de maior resistência contra as infecções.
A última fase do período seco é a lactogênese ou colostrogênese, onde há a atuação de hormônios que estão preparando a vaca para a lactação e o parto que se aproximam. Aqui, o risco de infecções volta a ser alto, pois com a síntese do colostro ocorre aumento da pressão intramamária, juntamente com a redução da atividade dos leucócitos e aumento dos desafios ambientais.
Para reduzir o risco de infecções no período seco e para curar infecções existentes no momento da secagem, é recomendado utilizar um antibiótico específico para vacas secas, com tempo de ação prolongado e de amplo espectro de ação contra bactérias.
Como fazer a secagem?
Há duas formas de se secar uma vaca: de forma abrupta ou de forma intermitente.
Na secagem abrupta a vaca é ordenhada completamente no dia pré-estabelecido, que deve ser 60 dias antes da data prevista do parto. Após a ordenha, os tetos são desinfetados e é utilizado um antibiótico intramamário específico para vacas secas.
Já na secagem intermitente, a vaca é ordenhada somente uma vez ao dia durante uma semana, e em seguida é feita a aplicação do antibiótico intramamário.
É importante lembrar que a produção de leite é um fator de risco para novas infecções no período seco. É recomendado retirar o concentrado das vacas de alta produção 7 a 10 dias antes da secagem, para que o volume produzido diminua.
Escolha do antibiótico de vaca seca
Além de prevenir novas infecções no período seco causadas por patógenos ambientais, a terapia de vaca seca também trata as infecções subclínicas da lactação anterior causadas por patógenos contagiosos. O antibiótico utilizado deve possuir longo tempo de ação, concentração em quantidade suficiente e ser de liberação lenta. Como a vaca ficará um tempo sem ser ordenhada, o risco de contaminação e descarte do leite é baixo. No entanto, ainda assim, é importante que o período de carência do antibiótico seja observado, caso alguma vaca venha a parir antes da data prevista.
Selante de teto
O selante interno de teto também é uma ferramenta que previne novas infecções no período seco. A sua função é bloquear fisicamente o canal do teto, impedindo a entrada de patógenos. Como o tampão de queratina demora até duas semanas para ser formado e nem sempre se forma de maneira eficiente, o selante cumpre esse papel, protegendo a glândula mamária. Quando o selante é utilizado junto com o antibiótico de vaca seca, chamamos de terapia completa de secagem.
O controle da mastite nas fazendas está ligado ao manejo e ao gerenciamento dos fatores de risco, sendo a terapia de vaca seca uma grande aliada do produtor.
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Autor:
Eduarda Viana
Zootecnista, criadora do perfil @dicasdazootecnista no Instagram.
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