Os impactos de um parto distócico afetam tanto a vaca quanto o bezerro, sendo que a distocia é uma das principais causas de bezerros natimortos

Os bovinos são os animais que mais apresentam problemas com distocia dentre os animais domésticos, sendo que nas vacas de leite a ocorrência de partos distócicos é maior do que em vacas de corte, o que causa grandes perdas econômicas para o pecuarista.

A distocia é definida como uma complicação ou dificuldade de a vaca realizar o parto de maneira normal, sem a necessidade de intervenção humana. Ela pode se apresentar como um ligeiro atraso no desencadeamento do parto ou evoluir até a completa incapacidade de parir.

Os impactos de um parto distócico afetam tanto a vaca quanto o bezerro, sendo que a distocia é uma das principais causas de bezerros natimortos.  Os bezerros que conseguem sobreviver apresentam maior risco de contrair doenças e vir a óbito antes do desmame do que bezerros nascidos de parto normal. As vacas apresentam queda na produção de leite, aumento da chance de contrair doenças e redução do desempenho reprodutivo.

Vaca em trabalho de parto

Causas da distocia

As causas são variadas, podendo estar relacionada desde o manejo até a escolha do sêmen utilizado. O que sabemos até hoje é que os seguintes fatores podem aumentar a chance de partos distócicos na fazenda:

  • Escore corporal: vacas muito gordas apresentam grande acúmulo de gordura na pelve, dificultando a passagem do bezerro pelo canal do parto;
  • Idade: novilhas geralmente apresentam dificuldades devido à falta de dilatação do canal do parto para a passagem do bezerro;
  • Cruzamento: características como peso ao nascimento e o tamanho dos animais (vaca e touro) o precisam ser levadas em consideração, pois se a matriz for de um tamanho menor do que o touro as chances de nascer um bezerro grande e ocorrer parto distócico são maiores;
  • Má posição do bezerro: causa frequente de parto distócico, a posição incorreta do bezerro dificulta o parto e pode ser tornar um grande problema caso o produtor não conte com a assistência de um médico veterinário capacitado para fazer as manobras obstétricas necessárias;
  • Doenças: algumas doenças como a hipocalcemia aumentam a ocorrência de distocia, pois reduz o tônus muscular e dificulta a saída do bezerro.

Quando intervir?

É importante ressaltar que não se deve apressar o parto e nem intervir no primeiro sinal, pois isso pode lesionar a vaca e o bezerro. A intervenção só deve acontecer quando realmente houver necessidade, ou seja, quando a vaca não conseguir expulsar o feto sozinha. Em novilhas a intervenção deve ser feita quando o parto não ocorreu entre 60 e 90 minutos após o aparecimento das membranas fetais. Já em vacas esse tempo é de 30 a 90 minutos.

Medidas preventivas

Apesar da distocia ter várias causas para a sua ocorrência, algumas delas nós podemos prevenir com um manejo adequado dos animais, como:

  • Manejo reprodutivo: inseminar as novilhas no momento certo, com peso e idade adequados;
  • Nutrição: fornecer uma dieta balanceada, evitando ter vacas obesas no rebanho. No pré-parto fornecer de preferência uma dieta aniônica para evitar quadros de hipocalcemia;
  • Piquete maternidade: ter um piquete para que as vacas possam parir tranquilas, que seja confortável e limpo;
  • Escolha do touro/cruzamentos: escolher animais compatíveis, que sejam de tamanho semelhantes para evitar que nasça um bezerro muto grande de uma vaca pequena, por exemplo;
  • Treinamento dos colaboradores: treinar e capacitar os colaboradores para que eles saibam identificar os sinais do parto e saber quando precisam intervir.

O momento do parto é um acontecimento importante na vida da vaca e do bezerro, e precisa acontecer da melhor forma possível, evitando prejuízos para o produtor.

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Autor:

Eduarda - Autora do conteúdo Controle estratégico de carrapatos

Eduarda Viana

Zootecnista, criadora do perfil @dicasdazootecnista no Instagram.

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