A recria intensiva a pasto é uma estratégia para acelerar o desenvolvimento dos animais e encurtar o ciclo de produção

Dentre as fases do ciclo e produção de carne, composto por cria, recria e engorda, a recria é a fase mais longa e é considerada o gargalo da propriedade por muitos pecuaristas. Isso geralmente ocorre porque nesta fase os animais precisam crescer e desenvolver a musculatura corporal, para logo após entrarem na fase de terminação ou engorda.

A recria também é conhecida como a fase do boi magro e em muitas fazendas ela não recebe a atenção merecida, levando ao aumento do tempo do ciclo de produção e maior idade ao abate. Isso gera um maior custo para o pecuarista e reflete em menor eficiência produtiva.

Como forma de acelerar o desenvolvimento dos animais e encurtar o ciclo de produção, foi desenvolvida uma estratégia que intensifica o ganho de peso na fase de recria e permite aumentar a produção de arrobas por área, diluindo os custos do produtor e aumentando a oferta de animais prontos para a fase de terminação ou engorda.

Gado no pasto

Entendendo como funciona a RIP – recria intensiva a pasto

Na pecuária de corte existem várias estratégias nutricionais que se aplicam a todos os sistemas de produção, do extensivo ao mais intensivo. Na recria intensiva a pasto o objetivo é acelerar o ganho de peso dos animais por meio do crescimento muscular, de forma a reduzir o tempo de duração da recria e atender a demanda de animais prontos para a engorda.

Sendo assim, a RIP é uma boa estratégia a ser utilizada em fazendas que já possuem algum nível de intensificação, pois ela consiste em fornecer uma suplementação mais alta para os animais durante toda a fase de recria, ou seja, da desmama até a entrada na fase de terminação/engorda. O esperado é que os animais consigam um ganho de peso entre 800 gramas e 1 quilo por dia/cabeça.

A suplementação a ser fornecida deve conter um alto teor de proteína para possibilitar o crescimento e o ganho de massa magra dos animais, com um consumo estimado em 1% do peso vivo.  Por este motivo é extremamente necessário contar com o auxílio de um bom nutricionista, que irá avaliar as condições da fazenda e formular o suplemento adequado para os animais. Uma das preocupações com a nutrição na RIP é evitar que os animais ganhem peso por meio do aumento da gordura corporal, causando a diminuição do ganho de massa magra e, consequentemente, produzindo animais com excesso de gordura e baixo peso de carcaça, o que não é interessante economicamente para o produtor.

Além da suplementação, a oferta de forragem em quantidade e qualidade continua sendo primordial para o desenvolvimento dos animais. E como os animais estão consumindo uma quantidade maior de suplementação no cocho, que atende parte da sua exigência de consumo de matéria seca diária, o consumo de forragem acaba diminuindo. Isso possibilita que mais animais possam ser alimentados utilizando a mesma área de pastagem, aumentando a taxa de lotação e a produção de arrobas por hectare.

Alguns desafios da RIP

Para que a RIP seja feita da melhor forma e cumpra o objetivo de entregar animais prontos para a engorda em menor tempo, é preciso pensar na estratégia nutricional que será utilizada não somente na RIP, mas também na próxima fase. De nada adiantará o investimento na recria se ao chegar na terminação os animais não seguirem um sistema igualmente intensivo. O produtor precisa ter em mente que o nível de suplementação é crescente e que a nutrição é fundamental em qualquer processo mais intensivo.

Um outro ponto a ser observado e ajustado na propriedade que irá adotar a RIP é o espaçamento de cocho. Como o suplemento é de alto consumo, os cochos precisam ter dimensões semelhantes às de um confinamento, para garantir o acesso e o consumo de todos os animais.

A disposição dos bebedouros é outro fator a ser ajustado. Bebedouros muito próximos ao cocho acumulam sujeira mais rápido, pois os restos de alimento que estão boca do animal caem na água, sendo necessário aumentar a frequência de limpeza dos bebedouros. Para contornar esse problema uma saída é instalar bebedouros mais afastados, que possibilite o acesso dos animais e que tenha água de qualidade.

A RIP tem se mostrado uma boa estratégia de produção de boi magro, contanto que a fazenda tenha uma estrutura que permita a sua aplicação. Vale lembrar que independente da estratégia que o pecuarista utilize, ele deve sempre buscar aumentar a eficiência de produção, pois desta forma melhorará os seus resultados técnicos e financeiros.

Ficou curioso e quer aprender mais sobre pecuária?
Leia mais em: https://esteiogestao.com.br/blog/

Use um sistema que te permite acessar as informações a qualquer momento e em qualquer lugar.

Você é produtor e quer gerenciar o seu negócio de forma prática e rápida? Conheça as nossas soluções agropecuárias em: https://esteiogestao.com.br/produtos-servicos

Autor:

Eduarda - Autora do conteúdo Controle estratégico de carrapatos

Eduarda Viana

Zootecnista, criadora do perfil @dicasdazootecnista no Instagram.

Nos acompanhe nas redes sociais e fique por dentro de todas as novidades.

Deixe um Comentário