A transição da seca para as águas é um período de oportunidades, mas que exige atenção
O período de transição entre a seca e o início das águas é um dos momentos mais críticos — e, ao mesmo tempo, mais estratégicos — para a pecuária.
É justamente nessa fase que muitos produtores podem perder ou ganhar eficiência, dependendo das escolhas de manejo e suplementação.
Afinal, o rebanho atravessou meses de pastagens com baixo valor nutritivo e, de repente, passa a ter acesso a capim novo, ainda em formação.
Esse cenário exige atenção para que a produtividade não seja comprometida.
O desafio do capim no início das águas
Quando começam as primeiras chuvas, o pasto volta a crescer. Mas esse capim novo, apesar de bonito e verde, não tem ainda o valor nutricional adequado para atender plenamente às exigências do gado.
Ele é rico em água, mas pobre em fibras efetivas e, muitas vezes, em minerais essenciais.
O resultado pode ser perda de peso, queda na produção de leite, distúrbios metabólicos e até diarreias.
Por isso, a transição precisa ser acompanhada de uma estratégia de manejo e suplementação bem definida.
O papel da suplementação na transição
A suplementação entra como ferramenta indispensável para equilibrar a dieta do rebanho nesse período. Alguns pontos importantes:
- Manutenção de ganho de peso: o fornecimento de suplementos ajuda a aproveitar melhor a proteína disponível no capim novo.
- Saúde ruminal: a fibra de qualidade oferecida em concentrados ou volumosos conservados (feno, silagem, pré-secado) evita distúrbios digestivos.
- Reposição mineral: os sais minerais garantem equilíbrio metabólico e auxiliam no desempenho reprodutivo e produtivo.
- Transição mais suave: a suplementação reduz o impacto do “choque alimentar” entre a dieta da seca e o pasto novo das águas.
Manejo aliado à suplementação
Além da nutrição, alguns cuidados de manejo fazem toda a diferença:
- Controle da lotação: não colocar mais animais do que a área suporta no início das águas, para não sobrecarregar o capim ainda em formação.
- Rotacionar e adubar os pastos: dar tempo de descanso para a rebrota do capim e garantir forragem de qualidade ao longo da estação.
- Monitorar o rebanho: observar ganho de peso, escore corporal e possíveis sinais de desordens metabólicas.
A transição da seca para as águas é um período de oportunidades, mas que exige atenção.
Com suplementação adequada e bom manejo de pastagens, o produtor garante melhor aproveitamento do capim novo, reduz riscos à saúde do rebanho e mantém a produtividade em alta.
Lembre-se: quem se antecipa, planeja e investe em uma nutrição equilibrada consegue atravessar essa fase crítica sem perdas e, ainda, preparar o rebanho para um ciclo produtivo mais eficiente.
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Autor:
Eduarda Viana
Zootecnista
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