Como saber se os animais estão realmente confortáveis? E como avaliar o retorno do investimento feito em melhorias para o bem-estar?

O bem-estar animal é uma área da ciência que analisa as condições em que o animal vive em determinado momento, considerando o ambiente em que ele está inserido. Inicialmente, o termo ganhou destaque pela crescente demanda dos consumidores em conhecer a procedência dos produtos. No entanto, a ciência rapidamente demonstrou que o bem-estar animal é crucial para a produtividade, especialmente na produção de leite.

Pesquisas indicam que vacas em boas condições de bem-estar produzem mais leite, apresentam menos problemas reprodutivos, têm boa saúde e, consequentemente, permanecem mais tempo no rebanho. Por outro lado, animais estressados produzem menos leite, comem menos, ficam mais suscetíveis a doenças, têm mais dificuldades reprodutivas e permanecem menos tempo na fazenda, além de gerar custos adicionais com tratamentos.

Portanto, algumas práticas são necessárias para garantir o bem-estar animal e permitir que os bovinos expressem todo o seu potencial genético, sempre em conjunto com uma nutrição adequada, infraestrutura e conforto.

Avaliando o bem-estar animal na fazenda

Como saber se os animais estão realmente confortáveis? E como avaliar o retorno do investimento feito em melhorias para o bem-estar? Para isso, são analisados critérios como alimentação adequada, boas instalações, saúde e comportamento dos animais. A partir desses critérios, foram desenvolvidos indicadores para monitorar o bem-estar dos bovinos, entre eles:

  • Índice de ocupação de cama
  • Escore de locomoção
  • Índice de sujidade do úbere
  • Índice de sujidade corporal
  • Escore de jarrete

Índice de ocupação de cama: esse indicador reflete o tempo que as vacas passam deitadas, e dá uma ideia de como está o conforto da cama. Cama dura e compactada faz com que as vacas fiquem mais tempo de pé, aumentando o risco de lesões nos cascos. Quanto mais tempo deitada, mais energia é direcionada para a produção de leite. O ideal é que as vacas passem no mínimo 12 horas deitadas, e softwares como podômetros podem ajudar a monitorar isso.

Escore de locomoção: esse escore permite identificar vacas com dificuldades para andar. Problemas de locomoção reduzem o consumo de alimentos, diminuem a produção de leite e aumentam o estresse. O escore varia de 1 a 5, sendo 1 uma vaca com locomoção perfeita e 5 uma vaca mancando severamente. O ideal é que a maioria das vacas apresente escore 1, e o manejo preventivo, como casqueamento, pode ajudar a reduzir esse problema.

Índice de sujidade do úbere: a sujeira no úbere está relacionada ao risco de mastite clínica. Esse indicador avalia a limpeza do ambiente, tanto no manejo a pasto quanto em confinamento. O escore varia de 0 a 4, sendo 0 para úberes muito limpos e 4 para muito sujos. O objetivo é que mais de 90% das vacas estejam com o úbere limpo (escore 0).

Índice de sujidade corporal: esse índice avalia a limpeza geral das vacas e está diretamente ligado ao manejo do ambiente. Animais estressados podem evitar deitar na cama limpa e preferir locais mais frescos, como o piso, aumentando o risco de doenças como mastite. O indicador também varia de 0 a 4, e o ideal é que mais de 85% dos animais estejam com escore 0 ou 1, ou seja, limpos ou com pouca sujeira.

Escore de jarrete: esse indicador mostra o conforto das camas ou do ambiente onde as vacas ficam. Camas abrasivas ou solos compactados podem causar lesões nos jarretes, levando ao desconforto e possíveis problemas de locomoção. O escore vai de 1 a 3, onde 1 indica jarretes sem lesões, e 3 jarretes com lesões visíveis. É importante monitorar esse indicador regularmente, pois lesões avançadas causam dor e inflamação nos animais.

Monitorar e avaliar os indicadores de bem-estar animal é fundamental para o produtor saber se os animais estão confortáveis. Com essas informações, é possível tomar decisões que melhorem o ambiente e o manejo, otimizando a produtividade e o retorno econômico da fazenda.

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Autor:

Eduarda Viana

Zootecnista

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