Conheça mais sobre essa doença que traz grandes prejuízos econômicos
A encefalopatia espongiforme bovina (EEB), que é popularmente conhecida como mal da vaca louca, é uma doença neurodegenerativa que causa grandes prejuízos econômicos à pecuária e muita preocupação aos produtores e consumidores.
O primeiro grande surto da doença ocorreu no Reino Unido, na década de 90, onde mais de 100 mil animais foram afetados e cerca de 4 milhões foram sacrificados, além de ter havido a proibição do consumo de carne bovina.
Entenda a doença
A encefalopatia espongiforme bovina não é causada por vírus ou bactérias, mas sim por um príon, uma proteína anormal infecciosa que se origina a partir de uma alteração em uma proteína normal do hospedeiro. Esse príon se multiplica durante o período de incubação da doença e o sistema imune não o reconhece como ameaça, já que se trata de uma proteína do próprio organismo do animal.
Dependendo do peso molecular do príon a doença pode possuir até 3 classificações:
- Príon de peso molecular padrão, causador da EEB clássica;
- Príon de alto peso molecular, causador da EEB atípica tipo H;
- Príon de baixo peso molecular, causador da EEB atípica do tipo L;
Esses agentes causadores são bem resistentes à inativação por processos químicos ou físicos, como a ação das proteases, congelamento, calor, radiação ultravioleta ou métodos comuns de desinfecção química, o que aumenta a sua infectividade.
O animal pode se contaminar de duas formas diferentes, seja ingerindo alimentos contaminados com o príon infeccioso, que é dá origem à EEB clássica, ou a infecção pode ocorrer por mutação espontânea da proteína normal, sem estar relacionada com a ingestão de alimentos, dando origem à EEB atípica.
Na forma clássica da doença, após o animal ingerir alimento contaminado, o príon infeccioso se desloca até o sistema nervoso central e se multiplica, causando morte tecidual. Por causa dessa degeneração tecidual o animal apresenta sinais clínicos como alterações no comportamento, queda na produtividade, perda de peso, nervosismo, ranger dos dentes, dificuldades para andar e alguns animais pressionam a cabeça contra superfícies duras, o que deu origem ao nome popular de doença ou mal da vaca louca.
Os alimentos que possuem a maior chance de estarem contaminados são aqueles de origem animal, como as farinhas de carne, ossos, sangue e resíduos de aviário (conhecido como cama de frango). Por este motivo, no Brasil é expressamente proibido o uso de alimentos de origem animal na alimentação de ruminantes.
Até o momento não há tratamento para esta doença, sendo a prevenção a melhor forma de evitar que algum animal seja acometido. Além da proibição do uso de alimentos de origem animal para os ruminantes, o MAPA adota outras medidas cautelares, como: restrições e controle das importações de bovinos vindos de países de risco; inspeções nos frigoríficos e controle da fabricação de alimentos e rótulos informativos dos produtos nas fábricas de ração.
Evitar que esta doença se instale no rebanho é dever de todo pecuarista, pois além de afetar o próprio produtor ela afeta toda a cadeia pecuária, visto que ocorrem barreiras para a exportação e desvalorização do nosso produto no mercado nacional e internacional.
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Autor:
Eduarda Viana
Zootecnista, criadora do perfil @dicasdazootecnista no Instagram.
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