Conheça as principais estratégias utilizadas no período seco para alimentar os animais

Uma das adversidades da pecuária brasileira é o temido período seco, época do ano em que as pastagens não conseguem se desenvolver devido às condições de baixas temperaturas, luminosidade e pouca ou até nenhuma precipitação. Isso afeta a qualidade e a quantidade de forragem disponível para o rebanho e por este motivo o produtor precisa se planejar para evitar prejuízos nesta época.

Em grande parte do país o período seco compreende os meses mais frios do ano, onde as chuvas são escassas, a luminosidade é menor e as temperaturas são mais baixas, impedindo o crescimento e o desenvolvimento das plantas forrageiras que são, em grande parte das propriedades, a única fonte de volumoso disponível.

Além do problema da baixa quantidade de forragem disponível, há também a questão da qualidade. As forrageiras do período seco possuem baixa qualidade nutricional, com alta proporção de fibra indigestível e baixo teor de proteína, que limita o consumo e compromete muito o desempenho dos animais. Para contornar este problema o produtor precisa adotar algumas estratégias que vão otimizar o aproveitamento dessa forragem e manter um desempenho mínimo esperado dos animais, evitando a perda de peso.

Bovino no pasto seco

Principais estratégias utilizadas

Das principais estratégias utilizadas temos o diferimento de pastagem e a suplementação. Existem outras, como o fornecimento de volumoso no cocho, que demanda um maior investimento em aquisição de alimentos e principalmente em mão de obra, sendo uma estratégia utilizada por um número bem menor de produtores quando comparado com a maioria das propriedades que utilizam somente a pastagem como fonte de alimento. Portanto, aqui vamos tratar das estratégias utilizadas por quem produz usando exclusivamente a pastagem como volumoso.

  • Diferimento

O diferimento de pastagens, também conhecido como feno em pé, é uma técnica de manejo onde se faz a vedação de uma área determinada da fazenda, geralmente no final do período das águas. Essa vedação é para permitir que o pasto cresça e se acumule, formando uma reserva para ser utilizada durante a seca.

É importante fazer o planejamento antes do diferimento, considerando a área que será necessária e qual o tipo de forrageira será utilizado. As forrageiras mais indicadas são as do gênero Brachiaria e Cyndon, e deve-se evitar as plantas com crescimento reto do gênero Panicum como mombaça e tanzânia. Estas últimas formam touceiras que são difíceis de serem pastejadas, além de sofrerem acamamento, resultando em grande perda de alimento.

  • Suplementação

Com o diferimento conseguimos resolver o problema da quantidade de alimento disponível, enquanto a suplementação irá trabalhar para melhorar a qualidade e aproveitamento deste alimento.

Sabemos que as pastagens sozinhas não conseguem fornecer todos os nutrientes que são necessários ao crescimento e desenvolvimento dos animais, mesmo que eles estejam pastejando no período das águas, onde a qualidade nutricional das forrageiras é maior.

Sendo assim, a suplementação se faz necessária durante todo o ano, mas principalmente no período da seca, onde o nutriente limitante para o desempenho dos animais é a proteína. As forragens apresentam um teor muito baixo de proteína durante a seca, aproximadamente 6 a 7% de PB. Além disso, a qualidade da fibra piora consideravelmente, aumentando a proporção de fibra indigestível.

Para minimizar estes problemas devemos fornecer uma suplementação que vai permitir o maior aproveitamento desta forrageira, de forma a otimizar a eficiência da síntese microbiana dentro do rúmen. Desta forma haverá uma maior degradação da forrageira, aumentando a taxa de passagem e, consequentemente, aumentando o consumo de forragem pelo animal.

O tipo de suplementação a ser utilizada deverá ser avaliado junto ao técnico da propriedade, que irá considerar as condições da forragem, dos animais e de investimento do produtor. Para cada situação existe um tipo de suplementação que será mais indicado, por isso a importância do acompanhamento de um profissional.

O produtor que se planeja e utiliza as tecnologias disponíveis a seu favor não fica refém do período seco. Pense nisso!

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Autor:

Eduarda - Autora do conteúdo Controle estratégico de carrapatos

Eduarda Viana

Zootecnista, criadora do perfil @dicasdazootecnista no Instagram.

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