Saiba como o estresse térmico afeta as vacas leiteiras e qual impacto ele causa na produção de leite.
O estresse térmico é um dos fatores de maior importância econômica na atividade leiteira, pois impacta diretamente na produção e reprodução das vacas. Vacas de alta produção sofrem ainda mais com as condições climáticas tropicais devido à grande produção de calor oriunda da ingestão de maiores quantidades de alimentos.
A produção de calor metabólico aliada às altas temperaturas do ambiente diminuem a capacidade do animal de regular a sua temperatura e dissipar o calor. Esta condição é conhecida como estresse térmico.
Animais de raças europeias, especialmente as vacas Holandesas, são mais sensíveis ao calor e se expressam melhor em temperaturas entre 4 e 24°C. Em temperaturas mais altas é necessário fornecer condições que minimizem o estresse térmico, a fim de reduzir perdas na produção.
Como identificar os sintomas do estresse térmico?
As vacas mostram alguns sintomas quando estão sofrendo com o calor, como:
-Aumento da frequência respiratória acima de 80 movimentos por minuto em 70% dos animais do lote
-Boca aberta e língua para fora, na tentativa de trocar calor com o ambiente
-Temperatura retal maior que 32,9°C em 70% dos animais do lote
-Aumento da ingestão de água
-Redução do consumo de alimentos e consequente queda na produção de leite
Impacto do estresse térmico na produção animal
O impacto mais conhecido é a queda na produção de leite, devido a redução no consumo de alimentos. Mas o estresse térmico também afeta o metabolismo, a reprodução e a saúde das vacas.
A mudança no comportamento alimentar e na quantidade de alimento ingerida são estratégias para minimizar a produção de calor. As vacas passam a se alimentar mais nas horas mais frescas do dia, e de forma rápida, o que aumenta o risco de redução do pH ruminal e consequente acidose. Com menos nutrientes disponíveis, a produção de leite começa a diminuir, podendo chegar a 30% de redução.
Além da produção, a reprodução também é afetada. As vacas começam a expressar o cio nas horas mais frescas do dia, dificultando a observação, e a duração do cio também é menor. A taxa de concepção fica comprometida e animais prenhes podem sofrer abortos, além de aumentar a incidência de metrite e retenção de placenta.
A qualidade do colostro de vacas que sofreram estresse térmico no período seco e pré-parto também fica comprometida, e a cria nasce com maiores chances de desenvolver doenças e ter problemas ao longo do seu crescimento. A produção de leite desta cria na primeira lactação também é afetada negativamente, por causa do estresse térmico que a mãe sofreu durante a gestação.
O sistema imunológico fica comprometido e o animal fica mais susceptível a desenvolver doenças como a mastite.
Estratégias para minimizar o estresse térmico
Existem algumas alternativas que os produtores podem utilizar para minimizar um pouco o estresse térmico e seus impactos na produção de leite.
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Modificação física do ambiente:
Promover sombra e ventilação para os animais. Vacas resfriadas aumentam o consumo, o que ajuda na produção de leite. Se os animais são criados a pasto, é fundamental que haja sombra natural ou artificial para as vacas, como árvores e sombrites. Se são animais criados em galpões de confinamento, é necessário o uso de ventiladores e aspersores, para ajudar na dissipação de calor.
O uso destes equipamentos na sala de espera da ordenha também auxilia no conforto dos animais.
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Fazer ajustes nutricionais:
-A dieta deve conter alta quantidade de nutrientes e baixo incremento calórico. Uma boa opção é aumentar a densidade energética da dieta utilizando alimentos que contenham alto teor de gordura.
-Utilizar tamponantes para estabilizar o pH do rúmen.
-Estimular o consumo da dieta.
-Alimentar as vacas nos horários mais frescos do dia, no início da manhã e final da tarde, evitando os horários mais quentes.
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Realizar manejos nas horas mais frescas do dia.
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Oferecer água limpa à vontade. O consumo de água aumenta consideravelmente no período de estresse.
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Uso de raças geneticamente mais tolerantes ao calor:
Animais zebuínos ou provenientes do cruzamento de taurinos e zebuínos, como é o caso dos girolandos, são mais tolerantes ao calor e sofrem menos com o estresse térmico.
Garantir condições de conforto para as vacas, especialmente nos dias mais quentes, é o caminho para evitar queda na produção de leite e baixo desempenho reprodutivo do rebanho, que afeta negativamente a rentabilidade do produtor.
Bibliografia consultada:
O efeito do estresse térmico em vacas leiteiras e suas implicações nutricionais. Disponível em https://www.milkpoint.com.br/empresas/novidades-parceiros/o-efeito-do-estresse-termico-em-vacas-leiteiras-e-suas-implicacoes-nutricionais-79926n.aspx
Estresse térmico em vacas leiteiras: impacto na produção animal. Disponível em https://rehagro.com.br/blog/estresse-termico-em-vacas-leiteiras/#:~:text=Estresse%20t%C3%A9rmico%20em%20vacas%20leiteiras%3A%20impacto%20na%
20produ%C3%A7%C3%A3o%20animal,-9%20de%20julho&text=Os%20impactos%20do%20estresse
%20t%C3%A9rmico,efici%C3%AAncia%20do%20sistema%20de%20defesa.
Importância do conforto térmico para o rebanho leiteiro. Disponível em https://iepec.com/importancia-do-conforto-termico-para-o-rebanho-leiteiro/#:~:text=Em%20regi%C3%B5es%20muito%20quentes%20%E2%80%93%20fora,C%20e%2024%C2%B0C.
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Autora:
Eduarda Pereira Viana
Zootecnista pela Universidade Federal de Viçosa com grande experiência em qualidade do leite, tendo atuado por mais de 9 anos junto aos produtores de variadas regiões do país.
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