Saiba por que o estresse térmico reduz o desempenho reprodutivo e os índices da propriedade
O estresse térmico é responsável por grandes perdas econômicas, afetando diretamente não somente a produção de leite, mas a reprodução das vacas, especialmente as de alta produção. O fato do Brasil ser um país tropical torna o período do verão bastante desafiador para os produtores de leite, pois algumas medidas precisam ser tomadas para evitar a queda brusca no desempenho dos animais e grande prejuízo econômico.
A zona termo neutra das vacas, isto é, a zona de conforto térmico, varia de 5 a 25C°. Qualquer valor acima desse limite já se caracteriza um quadro de estresse térmico e começa a ocorrer alterações no organismo da vaca, como um mecanismo de defesa contra o calor.
A primeira alteração é a queda no consumo de alimentos e do metabolismo basal, seguidos por aumento na frequência respiratória, aumento no consumo de água, apatia, queda na imunidade, piora na qualidade do leite e alterações hormonais.
A redução no consumo de alimentos impacta diretamente na produção, levando a uma queda rápida no volume produzido e quanto maior o estresse térmico, menor o consumo. Essa queda na produção é mais acentuada em vacas de alta produtividade, devido ao grande metabolismo em decorrência da lactação.
Como o calor afeta a reprodução?
Além das alterações já citadas, o estresse térmico também exerce influência sobre o comportamento dos animais. Nas horas mais quentes do dia as vacas passam mais tempo em pé em vez de ficarem deitadas, o que contribui ainda mais para a redução na produção de leite.
A fertilidade também é afetada e a duração do cio se reduz, passando de 14 horas para até 8 horas, se manifestando nas horas mais frescas do dia, geralmente durante a noite ou a madrugada.
Aliado a isso, outras modificações também acontecem, comprometendo algumas funções como:
- Crescimento folicular;
- Secreção hormonal;
- Composição do fluido folicular;
- Função do endométrio;
- Fluxo sanguíneo para o útero;
- Capacidade de desenvolvimento do oócito e do embrião.
O embrião é extremamente sensível ao estresse térmico, especialmente nos seus estágios iniciais de desenvolvimento, e quando isso acontece a prenhez fica comprometida. Um outro dano pode ocorrer com o folículo, que começa a se desenvolver meses antes da ovulação, e em momentos de calor o efeito negativo irá se manifestar lá na frente, podendo durar algumas semanas. Por este motivo que a fertilidade da vaca não se recupera rapidamente mesmo após o térmico do estresse calórico.
Algumas doenças uterinas podem aparecer com maior frequência, como a retenção de placenta, metrite e endometrite, dificultando ainda mais o desempenho reprodutivo após o parto.
Conhecendo todos os danos que o estresse calórico causa, fica claro a importância das práticas de resfriamento das vacas, não somente das vacas em lactação, mas do lote pré-parto também. Isso porque além de evitar as doenças, a produção de leite após o parto aumenta e o colostro tende a ter mais qualidade quando as vacas são resfriadas.
Portanto, o resfriamento vai muito além de impedir a queda na produção de leite, mas visa principalmente cuidar da saúde e do bem-estar das vacas, reduzindo o prejuízo que será sentido diretamente no bolso do produtor.
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Autor:
Eduarda Viana
Zootecnista, criadora do perfil @dicasdazootecnista no Instagram.
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