O colostro é a primeira secreção que sai da glândula mamária após o parto e é rica em nutrientes e, principalmente, em anticorpos.
A colostragem é uma prática que garante ao recém-nascido as quantidades iniciais de imunoglobulinas necessárias para que ele consiga sobreviver aos diversos desafios nos primeiros dias de vida, até que seu organismo seja capaz de produzir os próprios anticorpos.
Devido ao tipo de placenta das vacas, que não permite a passagem de anticorpos para o bezerro durante a gestação, a transferência de imunidade é feita exclusivamente por meio da ingestão do colostro, o que chamamos de transferência de imunidade passiva. Desta forma, a colostragem é fundamental para que o bezerro consiga sobreviver aos primeiros 30 dias de vida.
Em fazendas onde ocorrem falhas na colostragem, como por exemplo, baixa quantidade ingerida, maior intervalo de tempo entre o nascimento e a ingestão do colostro e maior contaminação desse colostro, os índices de diarreia, doenças respiratórias e mortalidade são bem maiores.
Além da função de fornecer imunidade, o colostro é um alimento rico nutricionalmente, com alta concentração de proteínas e gorduras, que vão nutrir o bezerro e contribuir para o desenvolvimento do seu intestino.
Mas, para garantir que todos esses benefícios possam ser aproveitados pelo bezerro, é preciso se atentar a alguns pontos, que são:
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Quantidade fornecida e tempo de fornecimento:
por muitos anos a recomendação seguida em muitas propriedades, principalmente nas propriedades leiteiras, onde o controle é mais fácil de ser realizado, era de 4 litros, sendo 2 litros ao nascer e mais 2 litros doze horas após a primeira refeição. Porém, pesquisas feitas nos últimos anos indicaram que uma maior quantidade de colostro forneceria maiores quantidades de imunoglobulinas, reduzindo assim a taxa de mortalidade e aumentando a taxa de ganho de peso diário. A nova recomendação passou a ser um volume de 10% do peso ao nascimento nas primeiras duas horas após o parto e mais 5% do peso em 6 a 8 horas após. Isso porque a capacidade de absorção intestinal de moléculas grandes como as imunoglobulinas vai diminuindo com o tempo, sendo que após 24 horas já não é possível absorver estas moléculas.
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Qualidade microbiológica:
Tão importante quanto a quantidade de colostro e o tempo decorrido para o seu fornecimento, a qualidade microbiológica deve ser uma prioridade na fazenda. Todos os processos de higiene e desinfecção dos tetos devem ser feitos, bem como a remoção dos primeiros jatos e, principalmente, do selante de tetos, caso tenha sido aplicado no momento de secagem da vaca. O raciocínio é simples: quanto menor a carga microbiana que um bezerro desprovido de imunidade ingerir, melhor. Para isso, se atente também à higiene das mãos e dos utensílios utilizados no momento da ordenha.
Uma dica de ouro: armazene e congele o colostro excedente. Ter um banco de colostro na propriedade é muito útil quando, por algum motivo, a vaca não produz colostro suficiente para sua cria ou a sua qualidade não está boa.
O colostro é o primeiro alimento na vida de um bovino, portanto, o seu fornecimento deve ser garantido com a melhor qualidade possível. Pense nisso!
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Autor:
Eduarda Viana
Zootecnista, criadora do perfil @dicasdazootecnista no Instagram.
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