Como o correto manejo possibilita maior produção por área e melhor desempenho dos animais
O manejo de pastagens pode ser caracterizado como o conjunto de medidas e intervenções que visam obter uma maior produtividade animal por área, seja para produção de leite ou de carne, sem prejudicar o desenvolvimento da forrageira e a qualidade do solo.
O Brasil, por ser um país com vasta extensão territorial e clima tropical, apresenta boas condições para produção de forragem. As estações climáticas principais, na pecuária, são definidas como seca e águas, onde o maior crescimento e acúmulo de forragem ocorre na época das águas e a menor produção ocorre na época da seca, o que causa grande oscilação na produtividade.
O manejo de pastagens é fundamental para reduzir essa oscilação e possui como objetivos:
-Proporcionar produção constante de forragem por área;
-Conservar a qualidade do solo;
-Garantir que o animal receba alimentação em quantidade e qualidade necessárias;
-Evitar a degradação do pasto.
Sistemas de pastejo
O manejo do pastejo monitora duas variáveis: o crescimento das folhas das plantas e o consumo destas folhas pelos animais.
Há dois tipos de sistema de pastejo:
1 – Pastejo contínuo:
Neste sistema, os animais ficam em uma única área determinada durante o ano todo (presença contínua na pastagem). Possui como vantagem a baixa demanda por mão-de-obra, não havendo necessidade de mudar os animais de lugar, apenas fazer os manejos básicos, como o sanitário.
Por outro lado, a produtividade dos animais pode ser menor e a alta pressão exercida pelos animais sobre a forrageira pode dificultar a rebrota e o crescimento da planta. Uma forma de reduzir essa pressão é ajustar a carga sobre a pastagem, diminuindo o número de animais na área, o que nem sempre é possível e viável de se fazer na prática.
2 – Pastejo rotacionado:
No pastejo rotacionado a área de pastagem é dividida em piquetes e cada piquete é utilizado por um determinado tempo, chamado de período de ocupação. Após o período de ocupação os animais deixam esse piquete, que ficará vazio por um determinado número de dias, chamado de período de descanso.
O período de descanso, como o nome diz, serve para que a forragem se recupere e emita novos brotos, crescendo e atingindo a quantidade de folhas ideal para o próximo pastejo, minimizando os danos na estrutura da planta e no solo.
Geralmente este tipo é utilizado em sistemas mais intensivos de produção, e exige maior demanda de mão-de-obra.
O pastejo rotacionado pode ser classificado em três modalidades:
-Lotação rotativa convencional: é o método de pastejo rotacionado mais simples, onde apenas um grupo de animais é utilizado durante a estação de crescimento do capim.
-Pastejo em faixas: neste sistema são pré-determinadas as faixas de pastejo e o período de ocupação geralmente é de 1 dia.
-Pastejo ponta-repasse: são utilizados dois grupos de animais, onde o grupo de maior exigência nutricional pasteja primeiro (ponta) e outro grupo de menor exigência pasteja o mesmo piquete após a saída do primeiro grupo de animais (repasse). É muito utilizado na pecuária leiteira, onde as vacas em lactação pastejam primeiro e as vacas secas ou novilhas pastejam depois.
-Creep-grazing: é semelhante ao ponta-repasse, mas utilizado na pecuária de corte. Os bezerros que ainda não foram desmamados entram primeiro e depois entram as mães. Isso possibilita o desenvolvimento do trato gastrointestinal mais rapidamente devido à ingestão de forragens de alta qualidade.
-Pastejo diferido: Uma área da pastagem é vedada no final da época das águas, e ele só será consumido na época da seca. É uma forma de garantir forragem para o período seco.
O sistema de pastejo rotacionado permite a utilização de forrageiras altamente produtivas e com menor resistência ao pisoteio, como gramíneas do gênero Panicum e Cynodon.
O manejo é feito pela altura de entrada e saída das forrageiras, que possibilita que o animal consuma a planta na sua melhor relação de qualidade x quantidade. Além disso, são feitas adubações contínuas para garantir o bom crescimento e qualidade das forrageiras.
Independente do sistema que o produtor escolher, é preciso ter profissionalismo e dedicação, para que a pecuária se torne um negócio cada vez mais lucrativo.
Bibliografia consultada:
-Manejo de pastagem: conheça mais sobre esta prática. Disponível em:
http://www.sementesguinossi.com.br/blog/pastagem/manejo-de-pastagem-conheca-mais-sobre-essa-pratica/11#:~:text=O%20manejo%20do%20pastejo%20é,é%20º%20crescimento%20do%20capim
-Tipos de manejo de pastagem: contínuo, alternado ou rotacionado. Disponível em: https://prodap.com.br/pt/blog/manejo-de-pastegam-continuo-alternado-rotacionado
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Autora:
Eduarda Pereira Viana
Zootecnista pela Universidade Federal de Viçosa com grande experiência em qualidade do leite, tendo atuado por mais de 9 anos junto aos produtores de variadas regiões do país.
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