Os erros nutricionais têm um fator em comum: custam muito mais caro do que as soluções 

A alimentação do rebanho é um dos pilares da produtividade, seja na pecuária de corte ou de leite. Mas, no dia a dia da fazenda, alguns erros passam despercebidos e acabam aumentando custos, reduzindo ganhos e comprometendo a performance do rebanho. A boa notícia é que a maioria desses problemas pode ser corrigida com ajustes simples e sem aumentar o investimento.

A seguir, reunimos os erros de nutrição mais comuns e como evitá-los.

Falta de controle do consumo real dos animais

É muito comum o produtor achar que o rebanho está comendo “bem”, quando na prática o consumo está abaixo do esperado.

Baixo consumo significa menos energia, menos proteína e, no fim, menos produção ou ganho de peso.

Causas frequentes:

  • Cochos sujos ou com sobras fermentadas.
  • Falta de água limpa.
  • Lotação acima do que o pasto suporta.
  • Calor excessivo.

Como evitar:

Monitore cocho, entrada e saída de alimento e observe o comportamento dos animais. Baixa frequência de idas ao cocho já é um sinal de alerta.

 Desbalanceamento nutricional da dieta

Quando a dieta não atende às necessidades do animal, os resultados despencam. Tanto o excesso quanto a falta de nutrientes gera perdas.

Erros comuns:

  • Proteína abaixo do necessário para categoria produtiva.
  • Energia insuficiente, limitando desempenho.
  • Falta de fibra efetiva, causando distúrbios digestivos.
  • Minerais inadequados ou mal fornecidos.

Uma dieta desbalanceada pode elevar a taxa de descarte, reduzir fertilidade e aumentar o custo de produção.

Vacas comendo no cocho

Improvisar na formulação sem orientação técnica

Misturar ingredientes “porque estavam sobrando” ou copiar receitas de outras propriedades é um erro caro. Mesmo ingredientes parecidos podem ter valores nutricionais diferentes dependendo de safra, armazenamento, umidade e qualidade do processamento. O resultado? Desempenho abaixo do esperado e maior desperdício.

Ter um nutricionista de confiança e análises periódicas dos alimentos evita surpresas.

 Desperdício no cocho e no armazenamento

Desperdício é lucro jogado fora — e acontece mais do que o produtor imagina.

Principais causas:

  • Cochos inadequados, que permitem que os animais  arrastem ou pisem na ração.
  • Armazenamento incorreto, que causa mofo e perda de nutrientes.
  • Fornecimento acima do necessário, deixando grandes sobras fermentadas.

Um manejo simples, com estrutura adequada e ajustes finos na oferta, reduz perdas e melhora o custo por arroba ou litro de leite produzido.

 Falta de planejamento alimentar

Um dos maiores “vilões invisíveis” da pecuária é a falta de volumoso na época seca.

Quando o planejamento falha, o produtor acaba pagando mais caro por ração, perdendo ganho de peso e prejudicando a reprodução.

Como evitar esse problema:

  • Calcular o consumo do rebanho ao longo do ano.
  • Estimar corretamente o estoque de silagem, feno ou capineira.
  • Ajustar lotação de acordo com a capacidade da fazenda.
  • Antecipar compras de insumos antes dos períodos de alta.

Planejar é sempre mais barato do que remediar.

Ignorar o impacto do estresse térmico

Tanto no leite quanto no corte, o calor reduz o consumo e, automaticamente, o desempenho nutricional.

Com menos ingestão, a dieta fica “diluída”, e o animal deixa de receber o que precisa para produzir.

Sinais de que o calor está afetando o rebanho:

  • Diminuição no consumo.
  • Animais ofegantes.
  • Procura excessiva por sombra.
  • Queda na produção de leite.
  • Menor ganho de peso.

O que fazer:

Garantir sombra, água fresca, bom manejo de cocho e, quando possível, ventilação na área de confinamento ou curral.

 Não registrar dados para avaliar resultados

Sem dados, o produtor fica no “achismo”. E decisões tomadas por intuição podem custar caro. A nutrição deve ser acompanhada com métricas como:

  • Ganho médio diário
  • Consumo por animal
  • Custo alimentar por cabeça
  • Conversão alimentar
  • Produção de leite por vaca
  • Desempenho por lote

Com esses números, é possível identificar o que funciona, ajustar o que está errado e melhorar os resultados mês a mês.

Os erros nutricionais têm um fator em comum: custam muito mais caro do que as soluções. Lembre-se: na pecuária, como em qualquer negócio, você não pode gerenciar o que não mede. Trabalhe com dados, busque assessoria técnica qualificada e trate a nutrição com a importância que ela merece.

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Autor:

Eduarda Viana

Zootecnista

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