Conheça algumas estratégias para garantir a qualidade do leite a pasto no período de chuvas
A produção de leite com qualidade tem sido um dos principais desafios de alguns produtores de leite, especialmente aqueles que utilizam as pastagens como fonte total ou parcial de volumoso na dieta.
Por ser um sistema tradicional e com um custo menor comparado ao confinamento, a criação de vacas a pasto é uma realidade na maioria das fazendas produtoras de leite do país. E por demandar menor investimento em estrutura, muitos produtores entendem que não precisam se preocupar e não executam algumas ações necessárias para que o sistema se torne sustentável, tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico.
E é justamente nessas propriedades que possuem alguma falha no manejo das pastagens que os desafios com a qualidade do leite são maiores e causam mais prejuízos para o produtor.
Ambiente x qualidade do leite
Sabemos que um dos pontos de controle da mastite e da CCS – contagem de células somáticas- é a higiene dos ambientes onde as vacas permanecem e, na criação a pasto, há alguns pontos que precisam ser tratados com atenção para evitar surtos de mastite no rebanho, especialmente de mastite ambiental.
E estes pontos são:
- Cobertura do solo;
- Área de sombreamento;
- Área de cocho e/ou bebedouros;
- Corredores.
Na maior parte do país a época das chuvas ocorre com maior intensidade durante os meses do verão, que também são os meses mais quentes do ano. E se tem uma coisa que vaca não gosta, é calor.
Vacas que estão a pasto buscam toda e qualquer área que esteja mais úmida e fresca para refrescar seu próprio corpo e, muitas vezes, não há um local que tenha um sombreamento adequado que comporte todas as vacas do piquete.
Então, para amenizar o calor e tentar reduzir a temperatura corporal, elas se deitam em locais que têm barro, sujeiras, dejetos e alta umidade, como debaixo de árvores, poças de água e lama e ao redor de cochos e bebedouros.
Quando chove a água se acumula nesses locais, se tornando uma fonte cheia de microrganismos que aumentam exponencialmente o risco do aparecimento de mastite.
Uma outra fonte de risco são os corredores que levam as vacas do piquete até a sala de ordenha. Muitas vezes, após uma chuva, os corredores que não possuem uma boa drenagem, ficam cheios de barro que chegam a alcançar o úbere das vacas. Além de aumentar as chances de mastite, aumenta também o trabalho dos colaboradores antes da ordenha, que precisam limpar, desinfetar e secar estes tetos que estão sujos antes de serem ordenhados. Isso atrasa o processo de ordenha e muitas vezes desmotiva os colaboradores, que precisam de mais tempo e esforço para garantirem que as vacas sejam ordenhadas da forma correta. Sem contar que a menor falha na limpeza e higiene dos tetos vai aumentar significativamente a CPP – contagem padrão em placas— e o preço do leite poderá ser menor por causa disso, caso o laticínio para o qual o produtor venda o leite tenha algum programa de bonificação por qualidade.
Como amenizar isso?
Você pode adotar algumas estratégias que vão te ajudar a minimizar esses problemas e garantir a qualidade do seu leite, como:
- Garantir boa cobertura de forragem no solo, evitando áreas com buracos e poças;
- Utilizar sistema de sombreamento artificial nos piquetes, como os sombrites;
- Limpar as áreas ao redor de cochos, bebedouros e debaixo de árvores;
- Utilizar cochos móveis, de forma a evitar a concentração de dejetos em uma mesma área;
- Corrigir a declividade dos corredores, para permitir o escoamento da água da chuva e minimizar o acúmulo de barro;
- Na sala da ordenha: retirar o máximo de sujeira antes de imergir os tetos na solução desinfetante. Uma outra estratégia seria utilizar a solução desinfetante duas vezes, para facilitar a retirada da sujeira durante o teste da caneca, alterando a rotina de ordenha para:
Pré-dipping – teste da caneca retirando as sujeiras dos tetos e descartando os três primeiros jatos – pré-dipping novamente – secagem dos tetos – colocação do conjunto de ordenha.
Esta prática é chamada de duplo pré-dipping ou redipping. É importante ressaltar que o copo aplicador não deve ter retorno, para que a solução que entrou em contato com os tetos sujos não contamine a solução do restante do frasco.
Lembre-se: chuva e barro não combinam com qualidade do leite. É preciso redobrar a atenção nos ambientes e na sala de ordenha, para evitar perdas na qualidade.
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Autor:
Eduarda Viana
Zootecnista, criadora do perfil @dicasdazootecnista no Instagram.
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