Saiba como prevenir e tratar a tristeza parasitária bovina do seu rebanho, uma doença que provoca grandes perdas para o produtor
A tristeza parasitária bovina (TPB) é um complexo de doenças muito frequentes nos rebanhos do Brasil, e compreende duas enfermidades: a babesiose e a anaplasmose. A babesiose é causada pelos protozoários Babesia bigemina e Babesia bovis, enquanto a anaplasmose é causada pela rickettsia Anaplasma marginale.
A TPB causa grandes prejuízos, como perda de peso, queda na produção de leite, aborto, altas taxas de mortalidade, além dos custos com tratamento e prevenção.
Os principais agentes transmissores da doença são os carrapatos, podendo ser também, no caso da anaplasmose, as moscas hematófagas. Além destes, a transmissão também pode ocorrer por via transplacentária, transfusões sanguíneas e fômites, como agulhas, luvas e tatuadeiras contaminadas.
A Babesia bigemina é transmitida pelas ninfas e pelos carrapatos adultos, enquanto a Babesia bovis é transmitida pelas larvas. O clima tropical do nosso país é altamente favorável à disseminação dos agentes transmissores da TPB, o que facilita a contaminação dos animais.
Ocorrência de TPB
A TPB pode ocorrer em qualquer fase do desenvolvimento dos animais, sendo mais comum nas bezerras de 3 a 6 meses de idade, que passam por fases críticas como a pós-desmama e o início da recria. Mas animais adultos também podem apresentar a doença, especialmente se não tiveram contato com os vetores contaminados durante a fase jovem da vida.
Características da doença
A babesiose age causando hemólise (destruição das hemácias) devido à multiplicação dos protozoários dentro das hemácias, causando lise celular. Isso pode ser constatado observando a urina do animal, que ficará escura (cor de café). A Babesia bovis é mais patogênica, liberando fatores vasoativos e de coagulação sanguínea (Radostis et al.,2007b), que provocam a babesiose cerebral.
Já na anaplasmose as hemácias parasitadas são removidas no baço, que libera bilirrubina na corrente sanguínea e provoca a icterícia das mucosas. A perda de hemácias leva à hipóxia, anóxia e morte do animal (Radostis et al.,2007b)
Sinais clínicos
Os sinais clínicos da doença incluem febre (temperatura superior a 39,3°C), letargia, apatia, anemia, anorexia, alteração na coloração das mucosas (palidez ou icterícia), desidratação e perda de apetite.
O diagnóstico é feito por meio da observação dos sinais clínicos e exames hematológicos, como o esfregaço e o hematócrito. O esfregaço permite a identificação dos animais infectados logo no início, direcionando o tratamento para o agente específico. Já o hematócrito mostra o grau da anemia instaurada, indicando a gravidade do quadro após a infecção.
Tratamento
O tratamento visa impedir o crescimento do agente dentro do organismo do animal, seja Babesia ou Anaplasma. Para babesiose é utilizado aceturato de diminazeno e para anaplasmose é utilizado tetraciclina ou enrofloxacino. A febre e a desidratação também devem ser tratadas, com antitérmicos e soro, para que o animal se recupere melhor e mais rapidamente.
O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para a sobrevivência dos animais infectados.
Prevenção
A prevenção é feita controlando os agentes transmissores, como os carrapatos e moscas. Adotar um controle de carrapatos que quebre o ciclo deste parasita é fundamental.
Evitar o compartilhamento de agulhas e seringas também, bem como manter a higiene do local onde os animais ficam através de boas práticas de manejo.
Além disso, garantir um bom programa de vacinação e dieta adequada, para promover uma melhora na imunidade.
A tristeza parasitária bovina é uma doença responsável por grandes perdas, e por isso é necessário ficar atento aos animais nos períodos de maior estresse, quando sua imunidade diminui. O controle dos vetores aliado a boas práticas de manejo ajuda muito no controle da doença.
– Rehagro blog: Saiba a melhor forma de atuar contra a tristeza parasitária bovina. Disponível em https://rehagro.com.br/blog/tristeza-parasitaria-bovina/
-Milkpoint: Tristeza parasitária: uma doença que ameaça a bovinocultura. Disponível em https://www.milkpoint.com.br/empresas/novidades-parceiros/tristeza-parasitaria-uma-doenca-que-ameaca-a-bovinocultura-219419/
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Autora:
Eduarda Pereira Viana
Zootecnista pela Universidade Federal de Viçosa com grande experiência em qualidade do leite, tendo atuado por mais de 9 anos junto aos produtores de variadas regiões do país.
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