A alimentação dos bovinos é um dos principais fatores que influenciam a produtividade e o custo de produção nas propriedades rurais

Com a crescente variação nos preços dos insumos tradicionais, como o milho e o farelo de soja, muitos produtores têm buscado alternativas que permitam manter a eficiência na produção sem comprometer o custo e a saúde dos animais. Uma dessas alternativas é o uso de coprodutos agroindustriais, que são subprodutos resultantes do processamento de alimentos para consumo humano ou industrial.

Esses coprodutos oferecem uma excelente oportunidade para reduzir custos na alimentação dos bovinos, ao mesmo tempo em que proporcionam um bom valor nutricional. Eles podem ser classificados como volumosos ou concentrados, e dentro desses grupos, podem ser energéticos ou proteicos. A seguir, destacam-se alguns dos coprodutos mais utilizados na alimentação dos bovinos.

Coprodutos energéticos

 Polpa Cítrica

A polpa cítrica é um coproduto gerado na produção de sucos concentrados, principalmente de laranja. Composta por cascas, sementes, bagaços e frutas descartadas, ela se destaca como uma importante fonte energética na alimentação dos bovinos. Seu valor energético equivale a 85-90% do milho, com a vantagem de possuir alta concentração de pectina, um carboidrato que, ao ser fermentado no rúmen, reduz o risco de acidose, um problema comum quando há excesso de grãos na dieta. A polpa cítrica pode substituir totalmente o milho em vacas de baixa produção (até 20 kg de leite/dia) e, em menor proporção, em vacas de alta produção.

 Casca de soja

A casca de soja é um coproduto gerado na extração de óleo e farelo de soja. Ela é rica em fibra de alta digestibilidade, com baixos teores de amido e proteína em torno de 12%. A casca de soja é uma excelente alternativa para substituir parte do milho na dieta dos bovinos, principalmente em vacas leiteiras, sem comprometer a produção de leite. Além disso, a fibra de alta qualidade contribui para a saúde ruminal, o que é essencial para o bom desempenho dos animais.

Farelo de trigo: Outro coproduto de destaque é o farelo de trigo, obtido no processo de moagem do grão para a produção de farinha. Com alta digestibilidade, o farelo de trigo tem uma composição energética similar à dos grãos, porém, com a energia concentrada na fibra e não no amido. Essa característica faz com que o farelo de trigo seja uma excelente opção para substituir parte do milho no concentrado.

Coprodutos Proteicos

Caroço de algodão

Subproduto da remoção da pluma da semente do algodão, o caroço de algodão é um concentrado proteico e energético, com alto teor de proteína bruta (PB), cerca de 23%, e bom valor energético devido ao alto teor de óleo. No entanto, o uso do caroço é limitado devido ao excesso de óleo, que pode prejudicar a digestibilidade da fibra e o crescimento microbiano. Além disso, contém gossipol, um composto que em grandes quantidades é tóxico para os animais. Quando utilizado conforme recomendado, o caroço de algodão é um excelente alimento para vacas leiteiras, promovendo a ruminação e aumentando a gordura do leite.

Caroço de algodão coproduto na alimentação de vaca leiteira

Farelo de algodão

O farelo de algodão é outro subproduto valioso na alimentação dos bovinos, com alto teor de proteína bruta (entre 28% e 38%). Ele pode substituir totalmente o farelo de soja em vacas de baixa produção, sem afetar negativamente o desempenho ou a qualidade do leite. Este coproduto é viável em regiões onde o algodão é uma cultura predominante, tornando-o uma alternativa econômica e eficiente.

Resíduo úmido de cervejaria

 O resíduo úmido de cervejaria é amplamente utilizado por produtores próximos às fábricas devido ao alto teor de água, que limita o transporte e armazenamento a longas distâncias. Com teor de proteína bruta entre 24% e 28% e alta concentração de fibra, este coproduto pode substituir tanto parte do concentrado quanto do volumoso na dieta dos bovinos. Seu uso é particularmente vantajoso em sistemas de produção intensiva, onde o controle de custos é essencial.

O principal fator a ser considerado na utilização de coprodutos é o benefício econômico, seja na redução de custos ou na melhoria do desempenho dos animais. No entanto, é fundamental que o produtor realize uma análise detalhada da composição nutricional desses alimentos e ajuste a dieta conforme as necessidades específicas do rebanho. 

Planeje com cuidado, avalie as opções de coprodutos disponíveis em sua região e cuide do seu rebanho sem esquecer do custo de produção.

Deseja receber e ler conteúdos exclusivos como esse em primeira mão?

Participe do nosso grupo de WhatsApp do Esteio Gestão.

Clique aqui e abra a porteira do conhecimento!

Ao clicar no link para ingressar em nosso grupo de WhatsApp, você está concordando em compartilhar seu contato para fins exclusivos de comunicação relacionada ao grupo, conforme autorizado pela Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709/2018). Seu número será tratado com segurança e privacidade, em total conformidade com a legislação.

Autor:

Eduarda Viana

Zootecnista

Ficou curioso e quer aprender mais sobre pecuária?
Leia mais em: https://esteiogestao.com.br/blog/

Use um sistema que te permite acessar as informações a qualquer momento e em qualquer lugar.

Você é produtor e quer gerenciar o seu negócio de forma prática e rápida? Conheça as nossas soluções agropecuárias em: https://esteiogestao.com.br/produtos-servicos

Nos acompanhe nas redes sociais e fique por dentro de todas as novidades.

Deixe um Comentário