O controle zootécnico pode ser definido como sendo o meio pelo qual é realizada a gestão dos índices produtivos, reprodutivos e sanitários do rebanho. Para realização de um bom controle zootécnico é preciso ter uma boa escrituração zootécnica unida a um bom sistema de gerenciamento de dados.

Na verdade o que almejamos com a realização do controle é acompanhar cada passo do rebanho, seu comportamento e sua resposta às mudanças de manejo. A realização do controle zootécnico de forma correta permite tomada de decisões assertivas que vão impactar diretamente nos resultados econômicos da propriedade.

Índices zootécnicos e suas aplicações

Os índices zootécnicos representam uma medida de resultado de desempenho do rebanho, podendo estar relacionados à produção, reprodução e sanidade.

Índices zootécnicos relacionados à produção

1 – Produção diária e mensal de leite

A produção de leite dos animais é medida através da realização do controle leiteiro. De todos os controles, esse é o principal realizado pelos produtores. Possui como finalidade a seleção de animais melhoradores, informações para formação de grupos de alimentação e finalidade comercial. O controle leiteiro deve ser realizado em intervalos regulares. O mais comum e recomendado, quando o controle não é realizado diariamente de forma informatizada, é o intervalo de 15 dias com dia pré-definido na semana. Através das pesagens de leite é possível estimar a produção total dos animais e as variações na produção durante a lactação.

Gráfico 1 – Produção diária de leite (l/dia)

Gráfico 2 – Produção mensal de leite (l/mês)

2 – Produção/vaca em lactação e produção/total de vacas

Apesar de serem indicadores de produção, a análise comparativa desses indicadores nos dá idéia da situação reprodutiva do rebanho. Deve-se buscar uma relação de vacas em lactação/total de vacas de vacas de 80 a 85%. Considerando um intervalo de partos de 12 meses e duração da lactação de 10 meses, esse indicador é de 83%.

Gráfico 3 – Produtividade dos animais durante o ano

Conforme capacidade produtiva do rebanho e práticas de manejo adotadas, é possível estabelecer uma curva de lactação modelo para o rebanho baseando-se numa curva padrão.

Gráfico 4 – Curva de lactação modelo e curva de lactação real do rebanho. (produção x semanas de lactação)

Analisando a curva de lactação de cada animal podemos inferir quais animais estão “abaixo” ou “acima” da curva de lactação, e assim realizar o processo de seleção. Já a análise da curva de lactação do rebanho serve para verificar se as práticas de manejo adotadas estão adequadas, partindo-se do pressuposto de que a curva modelo para o rebanho foi traçada adequadamente.

3 – Persistência da lactação

A persistência da lactação está relacionada com a manutenção da produção de leite. Os animais que possuem boa persistência de lactação são aqueles em que as variações mensais na produção estejam entre 5% a 10% após o pico de produção.

4 – Produções de sólidos do leite

Ainda realizado de forma ineficiente no Brasil, o pagamento pelo teor de sólidos do leite já é realidade há algum tempo em vários países do mundo, servindo como um dos critérios para avaliação genética de um animal. A composição do leite está relacionada basicamente com a alimentação, genética e estágio de lactação dos animais. No caso de pagamento pelo teor de sólidos do leite é relevante fazer uma análise comparativa entre volume e composição, levando-se em consideração a relação custo/benefício.

5 – Produções de leite corrigidas para 305 dias

A produção de leite corrigida para 305 dias se faz necessária para análise comparativa entre animais com períodos de lactações distintos.

Gráfico 5 – Produção de leite corrigida para 305 dias (animais 1000 e 2000)

6 – Ganho de peso

A avaliação do ganho de peso tem como finalidade acompanhar o desempenho dos animais, seja para avaliação do crescimento dos animais jovens ou para controle do “escore” dos animais na fase de produção. Por convenção denomina-se “ganho de peso médio” o ganho de peso ocorrido entre duas datas específicas e “ganho de peso ponderal” aquele ocorrido da data de nascimento à data da última pesagem.

O planejamento para ganho de peso está atrelado à idade ao primeiro parto que se deseja alcançar. É preciso estabelecer uma curva de crescimento modelo, e a partir desta, acompanhar o desempenho dos animais em cada fase que se encontra.

Gráfico 6 – Ganho médio de peso planejado e ganho de peso real dos lotes de cria, recria e reprodução

7 – Conversão alimentar

A conversão alimentar está relacionada com a capacidade de o animal converter os alimentos ingeridos em leite. Em se tratando de bovinos de leite é comum fazer-se uma relação entre litros de leite produzido/kg de concentrado consumido. O valor ideal varia para cada tipo de sistema de produção ou até mesmo para cada propriedade, uma vez que está diretamente ligado ao custo do concentrado. Geralmente, considerando todos os animais em produção, a relação leite/concentrado fica em torno de três (3).

Quanto maior essa relação menor tende a ser o custo de produção de leite. Na segunda parte desse artigo serão abordados os índices zootécnicos relacionados à reprodução, com suas respectivas aplicações.

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Autor:

Evaldo Firmino, Zootecnista pela Universidade Federal de Viçosa.

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